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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

USO DE DROGAS EM CASA, COMO AJUDAR ?




ABUSO DE DROGAS E ÁLCOOL EM CASA
COMO AJUDAR?

"...e o pobre do doente é chamado de mentiroso"

É assim mesmo que podemos começar uma nova conversa sobre a Dependência Química e o adoecimento do familiar.
Nós e aquelas pessoas que estão do outro lado da compulsão pelas drogas, sofremos, nos desesperamos, fazemos barganhas,promessas,acordos...perdemos a capacidade de sermos felizes, de ter esperanças...

Nós que podemos dividir de forma rápida todas as emoções que acompanham a dor de não conseguir ajudar alguém que amamos muito, nem sempre temos a informação correta de qual é nosso verdadeiro papel diante desta dor.

É muito difícil aceitar que não podemos modificar a vida de quem amamos. Quantas vezes tentamos buscar uma solução:
se eu brigasse mais, se eu amasse mais, se eu não desse aquilo, se eu tivesse dado aquilo, se eu tivesse pago, se eu não tivesse pago.

Nossa vidas passam a ter a prioridade de "acabar com esse problema".
E parece que a doença fica soberana: perdemos compromisso, vida social,auto estima, humor, amigos... deprimimos, brigamos, descontrolamos, fingimos que nada aconteceu... e não há retorno!!!
E vem o cansaço, a mágoa, a frustração, a raiva, o ressentimento...
UFA!!! Quanta energia desperdiçada na tentativa de controlar uma doença por valores pessoais.
Se ele (a) me ama vai para de beber!!!
Se eu o (a) compreender ele (a) vai parar de se drogar!!
E é dessa armadilha que precisamos nos desvencilhar: uma pessoa doente não pode se tornar uma presa para nossas próprias metas:
eu vou conseguir ajudá-lo,vocês vão ver.
Eu vou dar outra chance e vou provar que ele precisa de apoio,
eu acredito quando ele pede uma nova chance,
eu
eu...

E aí, o doente que não tem nenhuma possibilidade de se comprometer com qualquer acordo que seja feito com afeto ou boa intenção, é chamado de mentiroso quando não cumpre suas promessas.
E aí, as tentativas de controlar o que não se controla vão fazendo a doença crescer. Somos como familiares apenas a sombra imediata disto tudo. Oprimidos,reprimidos e deprimidos.

Não basta sofrer, tem que se aprender a ajudar.
Como familiar, procure o seu espaço de tratamento. Procure o grupo onde você possa partilhar todos os seus sentimentos. Procure um espaço onde, além de conforto, a partilha traga conhecimento e auto conhecimento: conhecimento da doença que entrou na família e conhecimento da sua maneira de funcionar diante da crise.

Acredite: enquanto um familiar tenta manter o controle da doença do outro o mais provável é que ele não precise parar de se drogar.

FAÇA A ENTREGA: PROCURE AJUDA! BUSQUE PRIMEIRO O SEU ESPAÇO DE TRATAMENTO FAMILIAR.

Angela Hoffmann
Terapeuta especializada em Terapia Familiar e
Dependência Química

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